terça-feira, 23 de novembro de 2010

Frente ao Encantamento


Ninguém é culpado. Não há melhor nem ruim. Quando a praga chega, difícil é retirá-la de seu gostoso cafofo. Ela apronta, extermina, abusa e bate o pé para não sair dali. Então, meditas serão devidamente tomadas para que o mal se vá. O remédio chega tarde. A praga luta, mas por fim decide ir. Paz. O que foi já foi e o que será, será. Mas, estará livre por completo da praga? Ela deixara vestígios, vestígios estes quase que mortais. Cabe uma quantidade de remédio maior combater o mal por completo e, só assim, dias melhores virão. Porém, e se a praga buscar outro lugar para morar? O que farão? Decerto que irão atuar com mais remédios. A vida nunca foi fácil e nunca será. Falo porque o mundo até então também nunca foi perfeito. O Rio de Janeiro sempre fora violento (e que cidade nunca foi?). Suas favelas foram pacificadas, a UPP agiu perfeitamente, todavia, ninguém pensou no que poderia vir depois. Para onde foram tantos marginais? Para as ruas. O agora é incerto. O medo da guerra aumenta, ninguém sabe que lago seguir. Todavia, devemos pensar nas próximas gerações e ajudar, de alguma forma, a melhorar este quadro. A leitura é um canal riquíssimo de informações necessários para que a criança enxergue, logo cedo se possível, o seu papel numa sociedade. As letras acabam se transformando num martelo sob a qual não deixa de lado seu trabalho. Seu desempenho em diversas tarefas melhoram, o seu senso-crítico aumenta, sua linguagem melhora... o problema é quando a praga atinge a vida de um ser humano até mesmo através da sua vontade de ler, de conhecer o mundo através de tão rica e valiosa ferramenta. Incentivar o gostoso hábito da leitura em casa não deveria ser obrigatória, deveria ser algo natural, uma cena agradável entre pais e filho, ou familiares ou até mesmo sozinho. Quantas vezes ouvi uma criança dizer: “Ler é muito chato. Prefiro televisão”, ou “pra que vou ler este livro se já assisti o filme adaptado”. A biblioteca é monótona, sem vida, sem graça. Como escritores, nosso dever é sempre, como um martelo mesmo, incentivar a leitura. Qual a graça do mundo sem os livros? São eles que contam a nossa história, nosso mundo, nosso universo. Defrontamos-nos com a magia, vivemos frente ao encantamento. Quem já não morreu de rir lendo um romance numa tarde ou manhã? Quem nunca chorou após o capítulo emocionante de um romance? Falar sobre as aventuras de Emília, sobre as fantásticas narrativas de Clarice, os mistérios que envolvem as obras de Pedro Bandeira é um ótimo convite a uma conversa super gostosa a respeito dos livros. Sente-se numa livraria e sinta o que há de melhor neste ambiente mágico. Eu, se pudesse, passaria uma tarde inteira folheando os livros de uma livraria, sozinho. Gosto de escolher os títulos, de andar com várias obras no colo, como se eu pudesse pagar tudo. Amo conversar sobre lidos, relidos e reeeelidos com um colega. Adoro sugerir alguns. Infelizmente, vejo muitas pais incentivando mais os pés do que a cabeça do filho. Para estes, o melhor a fazer é deixar a criança escolher o livro a ser lido ou discutido numa livraria ou biblioteca bem bacana , porém tem o dever de sugerir, de criticar. Reserve uma parte da mesada para a compra. Construa estantes em seu quarto. Deixe o filhote vasculhar e se lambuzar. Não tenha presa. Folheie alguns títulos também e num instante o lugar virará o melhor parque de diversões. Se o pai não for um leitor não significa nada que seu filho também não seja. Incentive. Não deixe o livro morrer. Pense no futuro. Veja que você e seu filho estão sendo beneficiados. Há melhor remédio para se divertir do que aprendendo?

Para seus filhos:

De 0 a 5 anos leia:

- Tarsila do Amaral, Suzy Lee, Elias José, Janaína Michalski, Charles Perralt, Hans Chrstian Andersen. É preferível livros de pano ou plático, pois a criança entende o livro como um brinquedo que pode ser levado ao banho ou a boca.

De 5 a 7 anos leia:

- Ruth Rocha, Ziraldo, Ana Maria Machado, Luiz Schwarcz, Marcia Cristina Silva, Angela Leite de Souza. Escolha livros que incentivem bastante a leitura e que tenha muitas imagens coloridas e divertidas. Nada muito escuro e borrado.

De 7 a 9 anos leia:

- Monteiro Lobato, Silvia Orthof, José Paulob Paes, Katherine Patterson, C.S.Lewis, Ruth Rocha, Eva Furnari, Angela Lago.

De 9 a 12 anos leia:

- Pedro Bandeira, Nelson Cruz, Louis Sachar, Majori Claro, Alex Cousseau, Lygia Bojunga, Cressida Cowell, Heloisa Piedro, Didier Levy, J.K.Rowling, Neil Gaiman, Roald Dahl. Livros que contenha menos figuras.

A partir de 12 anos leia:

- Thalita Rebouças, Pedro Bandeira, John Boyne, Markus Zusack, Meg Cabot, João Carlos Marinho, Tammy Luciano, Lemony Snicket, J.K.Rowling, J.R.R.Tollkin, Lygia Bojunga.


Divirta-se!

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